
Por Tatiana rudigher
NINGUÉM SEGURA!
De acordo com o ranking do The Wealth Report, produzido pela Knight Frank, Zurique é uma cidade Suiça, hoje é considerada global alfa, ou seja, com um lugar importante no sistema econômico do mundo, estando no mesmo patamar de importantes capitais como Nova York ou Tóquio. Além de ser a maior e mais populosa cidade do país.
Para a Hisa Takemoto Cintra Correa, 25, consultora de negócios na área de estratégia, a cidade foi tão irresistível que está morando lá! Ela nasceu em São Paulo, mas morou a vida toda no município de Santo André até de repente surgir a grande oportunidade de ir para Zurique.
Tudo começou em julho de 2011, quando Hisa era estagiária na empresa de cosméticos Natura. Durante um ano e meio na área de manufatura, ela trabalhou dentro da própria fábrica. Depois disso, após sua graduação em engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia, no ramo de engenharia, no final de 2012, ela passou um tempo auxiliando a empresa da família, até que a chance chega.
Busque e vá atrás de oportunidades:
Não espere que elas venham até você!
Mantenha bons relacionamentos profissionais: Você nunca sabe qual aparecerá umA oportunidade. mas lembre-se: não é legal manter contato somente por interesse, as pessoas reconhecem as suas intenções.
Invista em idiomas: Saber falar bem o inglês é o mínimo para conseguir uma oportunidade no exterior, sem duvidas. Uma terceira língua é importante para se diferenciar.

Fotos: Acervo Pessoal

Dicas
Grande virada
Em junho do ano de 2013, quando Deloitte BR, uma empresa de auditoria, com vários tipos de consultorias como, por exemplo, estratégica e tributária, além de assessoria financeira, gestão de riscos e "outsourcing".
Não foi fácil chegar lá. Hisa agarrou a oportunidade pelo processo de trainee, com todas as fases de testes online e presenciais, dinâmica de grupo e várias entrevistas e ficou no Brasil até fevereiro de 2015, começando a sua nova jornada na Suiça em março.
Um ano e nove meses trabalhando na Deloitte BR, na área de Consultoria Estratégica, em projetos de setor público e de uma empresa brasileira do setor petroquímico, a oportunidade surgiu de um projeto de pricing em uma empresa no setor agroindustrial, com um time global.
Mas não pense que foi tão simples assim. Ela fez uma entrevista por skype, duas entrevistas presenciais e só assim, foi contratada. “Fiquei mega feliz!”, conta Hisa.
A aventura começa
Mesmo já trabalhando na área de consultoria da empresa em São Paulo, as inseguranças de mudar de país eram grandes. Deixar a família, amigos e toda a vida que conhecia e encarar uma nova sozinha não é pra qualquer um. Mas para Hisa, todos os problemas não eram tão grandes a vontade de trabalhar e morar no exterior eram maiores. Aceitou de imediato!
E foi nesse momento que Hisa descobre uma das primeiras dificuldades que teria na cidade nova. “Cheguei pensando, vou usar essa primeira semana pra encontrar um apê, e pronto, fico tranquila... Coitada de mim! É impossível encontrar um por aqui!” completa Hisa, após dizer que todos os apartamentos em Zurique são caros e concorridos. O proprietário do apartamento praticamente escolhe quem ele quer como inquilino. “Claro, e morando sozinha, descobri que a roupa não se auto-lava e papel higiênico acaba uma hora e você precisa comprar mais”, completa.
Como cada cidade tem uma rotina, uma das coisas estranhas que Hisa reparou em Zurique, é que aos domingos, nada abre. Nenhuma loja, muitos restaurantes e supermercados. Apenas estabelecimentos dentro das principais estações de trem funcionam. “Foi um choque! Até comecei a chamar os domingos de dia da depressão”, brinca Hisa.

Hisa passou poucas e boas no novo ambiente:
Com o passar do tempo, tudo foi ficando mais fácil e Hisa foi aprendendo a se virar e não depender sempre de aplicativos. Trabalhando com um cliente na cidade de Basileia, ela pego um ‘tram’, um tipo de bondinho que fica no centro das ruas até a estação central, e logo depois pega um trem até a estação central da basileia e outro ‘tram’ até o escritório do cliente.
Fazendo esse percurso de segunda a quinta. De sexta feira, ela prefere ficar em um hotel para não voltar, pois admite ser bastante cansativo. “O escritório do cliente fica muito perto da fronteira alemã e sempre que vou almoçar no restaurante que fica no prédio vizinho da onde trabalhamos, o meu celular me manda uma mensagem - Bem Vinda A Alemanha. Ou seja, almoço todos os dias na Alemanha e volto. Nada mal não é?”, diz Hisa afirmando que vale a pena.
Hisa passa coisas boas e ruins ao logo do tempo, mas para isso ela não precisa esta fora da sua cidade natal. “É muito difícil começar uma vida em outro lugar. Família e amigos fazem muita falta, depois do primeiro mês eu só chorava, sentia falta de tudo. E a comida... Ai, coxinha e pão de queijo... Que saudade!”, completa.

"Eu sempre fui bastante desapegada e sempre viajei bastante, então nem senti tanto isso de 'deixar a família', e como meus dois irmãos já moravam no exterior, meus pais super me apoiaram e ficaram super orgulhosos – 'Aleluia, só faltava a Hisa sair de casa!' "
Com a cara e a coragem

“Eu peguei um trem pra direção errada! Ai, que nervoso! Sai do trabalho, olhei a plataforma do trem no aplicativo e fui. O trem chegou e eu entrei sem hesitar. Quando notei que ele não parou depois de cinco minutos na estação suíça da Basileia (da onde pego o trem de volta pra Zurique), perguntei pro moço do lado: oi, o trem parou e eu não percebi? E então ele falou, não... Esse trem só para na Alemanha, em Freiburg. Que ódio! Demorei umas quatro horas pra voltar pra casa aquele dia... Foi péssimo”.


